segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Rome sweet Home!



Roma! A cidade eterna! Depois de me separar, quando resolvi sair de Perugia, pensei: Roma, Milão ou Bologna. Não sabia qual cidade escolher, mas sabia que deveria ser uma cidade grande. Sou de São Paulo, gosto de bagunça, de gente na rua a qualquer hora do dia, até do trânsito sentia falta um pouco.

Roma parecia a cidade feita pra mim: vai e vem de pessoas, temperatura de inverno aceitável, aeroporto internacional, metro, pequenos detalhes da cidade grande que somente morando em uma cidade pequena você se dá conta que te fazem falta. Pelo menos fizeram falta pra mim, no ano que morei em Perugia. 

Malas prontas, no dia 28/02/2017, um amigo me deu carona até Roma. Carro cheio. E depois o resto trouxe com o trem. Éramos eu e a Pitty, na cidade mais linda do mundo! 
Assim que cheguei aluguei um quarto perto da Piazza San Pietro. 7 minutos a pé. Pagava 470€ com despesas inclusas, e dividia o apartamento com outras 4 pessoas. 

No meu segundo dia já imprimi 40 currículos e saí distribuindo em todos os lugares: lojas, restaurantes e hotéis. Dois dias depois fui chamada em três restaurantes e em um dos hotéis. Escolhi o hotel! Eu era oficialmente a mais nova camareira do pedaço! Rsss...

O trabalho era pesado, um quarto de um hotel 4 estrelas deve estar impecável. Lençol lisinho, toalhas branquinhas, espelho e vidros reluzentes. Eu trabalhava das 9 às 16 com 30 minutos de pausa, de segunda a sábado. O colchão daquelas camas devia pesar uns 100 quilos. Chegava em casa com as costas doendo. O salário seria de 1.200€ por mês. 

Depois da primeira semana de trabalho liguei chorando pra minha mãe, minhas costas ardiam de tanta dor. Chegava em casa exausta, mas não queria dormir à noite porque sabia que tinha que acordar no dia seguinte para ir trabalhar. Pode ter sido fraqueza minha, mas depois de duas semanas, em um sábado, antes de ir embora mais cedo, eram duas e meia da tarde, abri a porta da gerente do hotel e disse: “amanhã não venho mais”. Obviamente não vi nem a cor do dinheiro das duas semanas que trabalhei.

Cheguei em casa, peguei a Pitty e saímos, rumo à piazza San Pietro. Quando cheguei na frente da Basílica olhei pro céu e quase que sussurrando fiz uma oração. Precisava de um novo emprego! Me virei e sentei no primeiro banco que vi. Olhava o movimento dos turistas e não demorou muito para um jovem rapaz se aproximar e começar a brincar com a Pitty. 

Ele perguntou meu nome, de onde eu era, e quando eu disse Brasil a resposta foi: “eu trabalho em uma agência de turismo e estamos precisando urgentemente de uma brasileira que fale  um pouco de inglês pelo menos, a remuneração é muito acima da média, e o horário de trabalho é de segunda a sábado, das 9:30 às 14:30”. 

Olhei pro céu por alguns segundos e só agradeci! 

“Quando começo?”
“Amanhã”.



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Compartilhe sua história aqui, caso tenha vontade de mudar de país, se está mudando, ou já mudou.

Estou à disposição para auxiliar.