sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

A ideia de sair do Brasil.


Nem sei quando e nem como, mas decidimos. Vamos sair do Brasil!

Foi fácil decidir sair, mas a questão era: “para onde vamos?”.

A princípio, pensamos em ir à Austrália, mas queríamos algum lugar para nos instalar e ficar de vez. Sim, a ideia é não voltar. Pesquisamos as formas de vistos do país dos cangurus e conseguir o permanente é muito complicado.

Pensando na minha cidadania italiana e na minha “fluência” na língua - entendo tudo, falo bem, escrevo razoavelmente bem -, num domingo à tarde, eu e meu marido, conversando sobre o assunto, chegamos à conclusão: “Vamos para a Itália!”. Mesmo que depois decidamos ir para outro país, nossa porta de entrada será a terra da pizza, que eu, particularmente, tanto amo.

Sim, amo a pizza e a Itália.

A dúvida era para qual cidade iríamos. Estudamos algumas, dentre elas: Bologna, Firenze, Roma e Milão. Logo descartamos as duas últimas, pois trocar São Paulo por outra cidade grande, mesmo que na Europa, não era a nossa ideia. O foco sempre foi viver com mais  qualidade de vida, que para nós significa vida simples, comer bem com pouco, desapegar dos supérfluos materiais e, ao invés de comprar um carro de luxo, preferimos viajar muito, além de não precisarmos nos preocupar com problemas estruturais como: violência, saúde e educação, para nós e, quem sabe, os futuros italianinhos que virão. 
Uma prima minha em Napoli nos indicou Perugia, e resolvemos nos inteirar um pouco mais sobre aquela pequena cidade da Umbria. Assim que vimos algumas fotos, e passeamos pelo "Street View", nos apaixonamos: “É aqui”. 
Decisão tomada, cidade escolhida: mãos à obra. 

Comecei a me inteirar sobre tudo: documentação necessária para permanência do meu marido no país - “permesso di soggiorno” (falarei sobre o permesso em outro post), validação dos nossos diplomas, casamento civil antecipado para reconhecimento na Itália, preços de alugueis, média salarial, o estilo de vida em Perugia... enfim, tudo o que eu precisávamos saber.

Difícil foi contar para os nossos pais: “como assim, vocês, dois advogados com uma carreira promissora, com pós graduação e mestrado, vão deixar tudo para trás e trabalhar em algum negócio local?”. 
Em parte, eles têm razão, nosso currículo é invejável, mas na parte que a gente tem razão... Ah, nessa parte a gente tem muita razão: “queremos qualidade de vida”, o que, infelizmente, o Brasil não nos proporciona mais.

Allora, andiamo via!