domingo, 17 de abril de 2016

Seu primeiro emprego fora do Brasil

Uma das angústias de quem quer sair do país é: como conseguir um emprego fora?

Em primeiro lugar, você deve, pelo menos, estudar a língua do seu destino, pois os empregos que pagam mais vão exigir isso de você. Além disso, é crucial ter a cidadania ou algum tipo de visto que permita o trabalho. Caso contrário, legalmente você não poderá trabalhar. 

Segundo lugar: movimente-se. Aqui na Itália, pelo menos, vejo muita gente reclamando que não tem emprego, que não encontra trabalho, mas a questão é: quanta energia essas pessoas gastam para conseguir um trabalho?

Em nenhum lugar do mundo, a não ser que por muita sorte, um emprego vai "cair no seu colo", aparecer de repente. 

E tem muita empresa REpublicando anúncio de vaga, viu?

No início, a preocupação deve ser a de se inserir no mercado de trabalho do país de destino, e isso consiste em fazer coisas que no Brasil fomos ensinados a considerar como trabalho de pessoas com menor instrução. 

Aqui não. Na Europa muitas pessoas com graduação e mestrado servem cafés, trabalham em restaurantes, hotéis, lojas de roupa, como vendedoras, são motoristas de ônibus, etc. E isso não é nada desmerecedor, como os brasileiros costumam considerar. Aqui é super normal.

Bom, algumas dicas acho que são importantes passar.

Procure agências de emprego: as agências de emprego são privadas, mas não cobram nada do candidato, e sim da empresa. Então, você pode se inscrever sem custo nenhum e torcer para que o seu perfil seja aquele que alguma empresa esteja procurando.

Cadastre-se em sites de emprego: Infojobs, por exemplo, não há custo para se inscrever e você consegue visualizar todas as vagas publicadas (e republicadas) pelas empresas, e se candidatar através do próprio site. Aqui na Itália temos, entre outros, os sites Lavoro per te e o Cliclavoro.

Facebook: use o Facebook como uma ferramenta para a sua mudança. Entre em grupos sobre trabalho na cidade que você reside ou residirá, sempre há pessoas que disponibilizam vagas de emprego ou divulgam processos seletivos de grandes empresas e concursos públicos. 

Leve seu currículo pessoalmente: esse é o meio mais eficaz para se conseguir emprego na Europa. Imprima vários currículos (com foto, de preferência), deixe a vergonha de lado e saia por aí distribuindo. No começo não é fácil, ainda mais quando você entra em um negócio e ouve que não estão procurando ninguém e que não há vaga, mas depois você se acostuma. 

Sabe aqueles 20 segundos de coragem que temos às vezes? Então, use-os nesse momento. 

DICAS: 

1- vista-se adequadamente: a apresentação é tudo. Além do currículo, sua imagem é muito importante. A roupa deve ser neutra, preferencialmente uma camiseta preta, uma calça jeans e um tênis discreto.

2- tire piercings e cubra as tatuagens: infelizmente, mesmo em pleno século XXI, ainda temos que fazer essas coisas. Em caso de contratação, procure se informar sobre o uso de piercings e de roupas que deixem tatuagens à mostra.

3- fale bem a língua: mesmo que você não tenha fluência, decore algumas frases de apresentação, elas são importantes para mostrar que você, ao menos, sabe se comunicar. 

4- não minta no currículo: claro que aumentar uma coisa ou outra não mata ninguém, mas vá com calma. Quero dizer que se você já teve alguma experiência, que tenha algum tipo de relação com o trabalho que você procura, não custa colocar no currículo, mas não coloque que já foi barista, por exemplo, sendo que nunca fez nem um café em casa. Daí pega mal, e eles descobrem antes de te contratar. Sabe como?

Quando você deixa seu currículo em um restaurante ou bar, por exemplo, a entrevista que eles fazem se chama "prova", ou seja, você vai trabalhar um turno inteiro como se já fosse funcionário do local. Assim, se você não tiver a experiência que disse ter, eles perceberão.

Outra dica: se você tiver tempo e dinheiro faça um curso de bartender, Cabelereiro, esteticista, sempre há anúncios de vagas para esses cargos. Chegar com um curso desse tipo pode acelerar sua inserção no mercado de trabalho. 

Enfim, achei importante dar umas dicas sobre isso aqui no blog, para que vocês mantenham a calma e planejem a ida para outro país. Dependendo da época do ano que você chegar, pode conseguir um trabalho sazonal em um mês (normalmente no começo do verão é mais propício para o trabalho). Caso demore três ou quatro meses para conseguir alguma coisa, não se desanime e continue entregando currículo. Justamente pra enfrentar esse tipo de situação é que, repito, o planejamento antes da mudança  é tão importante. 

Mãos à obra, boa sorte, você vai conseguir. 

sábado, 9 de abril de 2016

A geração de pais órfãos.


Quem não conhece, ou se reconhece como, alguém que foi ou vai (ou quer muito) morar em outro país? 

Seja por motivo profissional, por se apaixonar por alguém que mora do outro lado do mundo, seja por querer uma nova experiência, por ansiar por uma nova vida,  por querer fugir do país, seja por todos estes motivos juntos, ou por nenhum deles.

 

São jovens que deixam suas casas, sua família, sua cidade, seu país, em busca de algo melhor. É cada vez maior o número de amigos que saem, ou já saíram, do Brasil em busca de uma nova vida, cheia de boas experiências, cheia de novidades e cheia de saudades, claro!

 

E como deve doer (e já começou a doer)... O medo de sentir saudade da família, por muito tempo, foi o que me bloqueou, mas hoje não me bloqueia mais. A saudade, com certeza, estará presente. Os momentos separados, muitas vezes nos ferem como facadas. Perder aquele aniversário em família, falar e ouvir parabéns pelo Skype, sem poder dar um abraço, deve machucar demais. 

 

Sou mais uma emigrante, que deixou sua pátria e sua família em busca do novo, de qualidade de vida e novas experiências.

 

A minha dor e de todos os jovens que vão é grande, mas é amenizada pela inundação de novidades que a nova etapa trás. No entanto, às vezes me pego pensando na dor dos meus pais, e de todos aqueles que tiveram que se despedir de seus filhos, que admiram a coragem de enfrentar o novo - peculiaridade da nossa geração -, mas, ao mesmo tempo, gostariam que aquilo não estivesse acontecendo. 

 

Não vou enfrentar ou discutir questões políticas neste post, mas entendo que um dos motivos, e o mais relevante, esteja intimamente ligado com o momento político e econômico do país, mas quem sabe isso não seja apenas um "empurrão" pra muitos pseudo-corajosos?

 

A partida e a despedida machucam, mesmo que temporária a distância. O que resta para nós, filhos, é fazer um simples pedido a Deus: que abençoe esta geração de pais órfãos.

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Chocotour - Perugina

Quem vier a Perugia não pode deixar de fazer o chocotour, que consiste em pegar um ônibus vermelhinho na Piazza Itália (mesmo local onde se compra o bilhete, que custa 9 euros por pessoa), às 14:10, e ir até uma das fábricas mais gostosas e cheirosas do mundo. 

Quando chegamos já nos espantamos com o tamanho da fábrica. São 90.000 metros quadrados. O ônibus parou e descemos em direção à bilheteria, onde fomos recebidos por uma simpática funcionária que se apresentou como nossa guia. 

Não vou contar todos os detalhes pra que todos possam ter suas próprias experiências, mas não posso deixar de mencionar a réplica do Bacio gigante que a Perugina deu de presente a todos que estavam na feira do chocolate da Itália, que acontece todo ano em Perugia, em outubro. O original tinha dois metros de altura e pesava quase 6 toneladas. Foi uma surpresa para os Peruginos, e como não podia faltar (pois todos os Bacios vem com um bilhetinho dentro) o bilhete que acompanhou a versão gigante trazia: "un bacio per la città più dolce del mondo" (um beijo para a cidade mais doce do mundo). 

Bom, depois de passearmos pela fábrica, onde não se pode tirar foto, fomos informados que são produzidos 2 milhões de Bacios por dia e que qualquer Bacio que você vir no mundo saiu da fábrica da Perugina, aqui em Perugia. Seguimos para a  "pequena" degustação do tour. Bom, como tudo o que é de comer aqui na Itália, não tinha miséria, eram muitos chocolates à disposição. Tinham todas as barras que eles fabricam, todos os tipos de Bacio (olhem a foto no final de quantos chocolates pegamos), balinha... Enfim, me senti aquelas crianças em festa infantil. 

O passeio vai terminando com uma história bem interessante: um dos fundadores da fábrica era casado com Luisa, que, por sua vez, tinha um amante bem mais jovem do que ela, com quem se correspondia através do envio de chocolates. Esse detalhe é só para explicar uma das razões por se ter um bilhetinho de amor dentro de cada Bacio. 

A outra explicação para os bilhetes é que foram criados por uma questão comercial mesmo, pra que mais Bacios fossem vendidos.  

Em qual versão você prefere acreditar?

Tem gente que pergunta: mas o nome do chocolate é Bacio ou Baci? 
Com certeza você já ouviu os dois nomes, pois Bacio, que significa beijo no singular em italiano, se refere a apenas uma unidade do bombom. Baci, que significa beijos no plural, corresponde à caixinha que transporta vários Bacios. 


Loja na fábrica. 


Loja.


Fachada da fábrica.


Onibus chocotour.


Ônibus.


Chocolates que ganhamos na degustação, fora aqueles que comemos na hora.


E aí, gostaram? 

Baci a tutti.